Adaf capacita médicos veterinários para atuar em diagnóstico de mormo
O Governo do Amazonas, por meio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), órgão integrante do Sistema Sepror, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas (CRMV/AM), promoveu nesta terça-feira (15/05), no auditório Wilson Alecrim da Universidade Nilton Lins, localizada no Parque das Laranjeiras, na zona centro-sul de Manaus, o “I Treinamento para Habilitação de Médicos Veterinários na colheita, envio de amostras e diagnóstico laboratorial de mormo, com finalidade de trânsito de equídeos, no âmbito do Estado do Amazonas”.
Em Apuí, Boca do Acre e Parintins, as Unidades Veterinárias Locais da Adaf (UVLS) dos respectivos municípios também realizaram o treinamento simultaneamente ao de Manaus. Neste primeiro treinamento, 40 médicos veterinários participaram da capacitação. Segundo o órgão, conforme a demanda este mesmo treinamento poderá ocorrer ainda este ano, para quem não teve a oportunidade de participar.
De acordo com o diretor-presidente da Adaf, Sergio Muniz, o treinamento visa instruir e auxiliar os profissionais nas ações em concordância com a Instrução Normativa (IN) N° 06, emitida pelo Mapa, que aprovou as diretrizes gerais da prevenção, controle e erradicação do mormo no território nacional, em consonância com o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE).
“Uma das mudanças propostas na IN é a necessidade de habilitação dos médicos veterinários privados para atuação nos testes de diagnósticos da doença para finalidade de trânsito. Por isso, estamos treinando os médicos veterinários, devidamente registrados no CRMV, ou seja, agora para se realizar a coleta de mormo é necessário a certificação do profissional”, comentou.
Fortalecimento do controle – Para Akel Cavalcante, médico veterinário da Cavalaria da Policia Militar de Manaus, a atualização da normativa vai fortalecer o controle da erradicação do mormo no Estado do Amazonas. “Estamos padronizando um atendimento único, que vai melhorar a resenha e o envio, além de melhorar o controle da saúde pública e os criatórios do Estado”, destacou.
Hoje, o estado do Amazonas conta com 25 profissionais cadastrados para atuarem no diagnóstico de mormo, com a expectativa que este número mude de acordo com outros treinamentos que irão ocorrer.
Segundo dados de 2017 da Adaf, o rebanho de equinos no Amazonas é de 27.279 cavalos. O município de Boca do Acre se destaca com a criação num total de 6.193. Em segundo Apuí com 3.371.
Erradicação- A proposta do Ministério é a erradicação da doença no Brasil e que os Estados adotem os critérios para o reconhecimento e manutenção de zonas livres do mormo, que deverá ser comprovada por meio de estudos epidemiológicos que a doença está ausente do Estado. Para isso, todos os Estados da federação brasileira têm um prazo de no máximo três anos para se realizar o cadastramento de todo o rebanho de equídeos de acordo com a instrução normativa.
Sobre a doença: O mormo é uma doença contagiosa e geralmente fatal, causada pela bactéria Burkholdeira mallei, de curso agudo ou crônico, que acomete principalmente os equídeos (cavalos), podendo ou não vir acompanhada por sintomas clínicos, e para qual não há tratamentos eficazes para eliminação do agente nos animais portadores.
“A questão de mormo é uma zoonose, por isso é importante que se tome os cuidados necessários, devido à preocupação com a saúde pública e principalmente com os médicos veterinários que lidam diretamente nas propriedades”, comentou Sergio Muniz.
Sergio reforça ainda aos criadores de cavalos, para que fiquem sempre atentos na realização do manejo dos cavalos que imprescindivelmente devem emitir, a Guia de Transito Animal (GTA), além disso devem adquirir animais de procedência conhecida, com exame negativo para participar apenas de eventos agropecuários e aglomerações onde todos os animais tenham sido testados e, sobretudo, estar atento a quaisquer sintomas respiratórios/ou lesões cutâneas que os animais apresentem.
Suspeita – Toda suspeita de doença nos equinos com a presença de nódulos, mucosas e secreções nasais mucopurulentas deve ser notificada em uma das unidades locais da Adaf.
“Qualquer pessoa que verifique as evidências desses sinais clínicos deverá comunicar imediatamente a unidade mais próxima da Adaf para a adequada investigação epidemiológica e, caso constatado, realizar o sacrifício e a destruição do animal acometido pela doença, que é a fonte permanente de disseminação do mormo”, comentou Sergio.