Quatro crianças morrem com suspeita de infecção pelo vírus da raiva humana no Pará
Mais seis crianças estão internadas em estado grave. Todas são de uma comunidade rural do município de Melgaço, no Marajó. Secretaria de Saúde do Pará investiga os casos.
Quatro crianças morreram e outras seis estão internadas com suspeita de infecção pelo vírus da raiva humana. Todas as crianças são da mesma comunidade rural do município de Melgaço, região do Marajó. A suspeita é de que as vítimas tenham sido infectadas pelo vírus da raiva, transmitido pela mordida de morcegos. As vítimas tem idade entre três e doze anos e estão internadas no Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará.
Equipes da Secretaria do Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) e Ministério da Saúde se deslocaram à cidade para investigar os casos. A Sespa informou que quatro crianças morreram de encefalite aguda e as outras seis estão internadas em estado grave também com inflamação no cérebro. Todas as quatro crianças morreram apresentando quadro semelhante: febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos, comoparalisia flácida ascendente, convulsão, disfagia, desorientação, hidrofobia e hiperacusia.
A Agência de Defesa Agripecuária do Pará (Adepará) informou que Melgaço não tem históricos de casos de raiva humana. Equipes da instituição estão em campo, para controlar a população de morcegos hematófagos, chamados morcegos vampiros.
Entre as medidas tomadas pela Adepará estão a captura desses morcegos e o deslocamento de técnicos para áreas com o foco de vetores e doença, para vacinação. A agencia também iniciou uma série de ações de educação sanitária com produtores rurais, moradores com objetivo de alertar a população sobre os ataques.
Tratamento
Quando o vírus da raiva chega até o cérebro raramente as vítimas sobrevivem, mas os médicos da Santa Casa de Misericórdia do Pará, local onde as crianças estão internadas tem esperanças que as vítimas sobrevivam. Os médicos começaram a cuidar das crianças usando o mesmo tratamento de um infectologista americano que curou uma paciente nos Estados Unidos em 2004 e ajudou a salvar a vida de dois brasileiros, um de Pernambuco e outro do Amazonas.
“É tentar fazer com que o paciente que tenha raiva não desenvolva as complicações que podem levar a morte, como alterações cardíacas, o edema no cérebro. É necessário procurar atendimento médico o mais rápido possível pra se fazer à vacina e o soro “, explica Rita Medeiros, infectologista.
Outra chance de cura é quando a vítima toma vacina antirrábica logo depois de ter atacada por um animal. A imunização de cães e gatos feitas todo ano também ajuda na prevenção. Segundo a especialista, os casos de raiva humana não são frequentes, mas entre 2004 e 2005 houve três surtos da doença no interior do Pará provocados por mordidas de morcegos. Cerca de 30 pessoas morreram na época.
Link da matéria no portal G1 https://g1.globo.com/pa/para/noticia/suspeita-de-infeccao-pelo-virus-da-raiva-humana-e-investigada-no-para.ghtml